> Roccana Poesias: Eu

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"Poesia traz vertigens. Ora cruel, ora leve, ela é desnuda."

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24.9.05

Eu

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eu não sou daqui nem de lugar nenhum eu não me pertenço e nem a ninguém, eu não sei de nada e nem sei de mim eu sou frente e verso e sou lugar comum eu sou vice-versa do que disse antes e escrevo versos que nem rima têm eu sou tentativa sou repetitiva e sou desistência e resisto bem sou mulher distinta sou mulher da vida sou bem aluada e mulher de bem sou voto consciente sou indecisão sou voto vencido sou revolução eu sou fantasia e sou pé no chão sou lá do interior e me viro bem

sou papel de pão sou papel de carta sou naftalina gaveta fechada sou janela aberta porta escancarada sou vinho do porto sou caneca d’água tenho tpm tenho cpf tenho identidade e sou de maior sou menina ainda quero colo afago quero ser amada quero ser mulher muito mais que filha gosto de ser mãe muito mais que a morte vale a pena a vida muito mais que triste tenho sido alegre muito mais que a dor é a aceitação
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