> Roccana Poesias: Viagens

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"Poesia traz vertigens. Ora cruel, ora leve, ela é desnuda."

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19.5.06

Viagens

Leio nos teus olhos
O que não ousas dizer
Nas palavras
Ou será que me engano
E não revelo
O que em ti se esconde?
Ou será que há uma intenção
Não declarada
E que apenas se insinua
No teu gesto,
No teu sorriso e na
Tua disponibilidade?
Não decifro tua cara
Mas percebo que te excito
Confundem-me tuas auras
Tuas cores, tuas mágicas
Me encontro em teus delírios
Viajo nas tuas idéias
Embarco na tua loucura
Me vejo representando
Uma personagem
Que, se existia em mim,
Estava, há séculos, trancafiada
E, agora, ensandecida,
Teima em se revelar
Como num filme cheio de climas
De cenas, de sacanagem
Sem começo, meio ou fim
Sem sentido, sem enredo, sem nexo
São viagens irreais, mas devastadoras
Sensações que me deixam assim
Entregue, suada, exausta
Mas nunca saciada

4 comentários:

Luiz Felipe Botelho disse...

A minha viagem nesta poesia é como se lesse a descrição dos efeitos de um caso de amor com a própria vida.
Grande viagem.
Felipe

Anônimo disse...

muito supimpa!

Tania Velázquez disse...

Ai, que coisa mais maravilhosa! Meus deuses! Eu amo a sua poesia e tudo que escreve!

Anônimo disse...

Ana
Acabei de ser apresentada ao seu blog pelo Roberto Amorim, do SmallTalk.
Gostei muito do que li até agora, mas essa "Viagens" é demais!
Já te adicionei nos meus favoritos!