> Roccana Poesias: 08/2006

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"Poesia traz vertigens. Ora cruel, ora leve, ela é desnuda."

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19.8.06

De ti

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de ti todas as palavras
e, de todas as palavras,
todos os nãos e todas as possibilidades
todas as incoerências e todas as sensações
de ti toda verdade e todo delírio -
que convivem e se complementam
de ti toda a minha gana e o meu desalento,
toda a minha dor e meu prazer,
toda a luz e minha escuridão, todas as minhas quedas e
sempre um olhar de quem entende e aceita
de ti a provocação, a dor, a transgressão, a cor,
a rima e o avesso, a pele e o apelo,
o nexo, o inverso, a vontade e a sublimação
de ti o gosto primitivo, animal, a força, o instinto,
a vontade incontida, o desejo, o cio
de ti o etéreo, o por-de-sol, o lilás, a música suave,
o acalanto, o olhar doce, o meu pranto e a lua
de ti silêncio, intimidade, entrega
e profunda sensação de paz
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