> Roccana Poesias: 03/2007

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"Poesia traz vertigens. Ora cruel, ora leve, ela é desnuda."

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23.3.07

Eu em ti

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eu me renovo
e me revelo
eu me surpreendo
e me estranho
eu me desvelo
e me afogo
eu me desnudo
e te descubro
eu me exponho
e então me escondo
e não me atrevo
eu me acovardo
eu me suporto
e me esqueço
eu me repito
e me refaço
e te renovo
te respiro
eu te surpreendo
e te estranho
eu te alimento
e te afago
eu te desnudo
então te cubro
eu me atrevo
e me aventuro
eu te aqueço
e te aninho
e adormeço
em teu abraço

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Toque

fecho os olhos
e sinto agora
que estás perto de mim
mesmo que digas não
mesmo que negues tudo
mesmo que te recuses
mesmo que não suportes
mesmo que não me queiras
mesmo que te incomodes
mesmo que te enganes
mesmo que não percebas
fecho os olhos e quase te toco
quando toco em mim

Encontro

aquele encontro
foi como um rito de passagem,

definitivo
mágico
inadiável
mas cheio de despedida
de desalento
de desassossego

foi um chegar e ir embora
desejo e nó na garganta
deslumbramento e dor
abraço de chegada e de partida
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(Contador em 23/03/2007 às 13:00)

6.3.07

Marcas

... e tudo foi ficando tão longe, tão lá atrás que parece que nunca existiu.
É como se tivesse sido um sonho (que sonhei sozinha).
Não saberia se nos tocamos ou se delirei, não fossem as marcas... na minha pele