> Roccana Poesias: 09/2008

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"Poesia traz vertigens. Ora cruel, ora leve, ela é desnuda."

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25.9.08

Mudez

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eu poderia falar tanta sacanagem, ser tão indecente e obscena

não falo

hoje não vai ter rima, nem poesia, nem nada

apenas minha boca

calada

muda

fechada

14.9.08

Com sentimento


já não somos mais crianças nada é como antes não sou ingênua nem frágil mas ainda gosto de ouvir que você não vive sem mim que sou tua dona Aninha e me aninha entre teus braços e entre as tuas pernas e me dá colo e me beija e morde agora assim desse jeito que você sabe que me arrepia e me faz querer falar e dizer e pedir e tocar e dançar e rir sem parar perder o ar e esquecer da vida e esquecer do avançado da hora e do avançado do tempo e da tua mão que não pára e lembra que eu tenho urgência e nenhuma pressa vê se me entende não vai embora não desiste de mim me cuida me embala me toca com teus dedos acostumados com as cordas do violão e me canta faz serenata e me cala e consente e só sente e sente e sente...