> Roccana Poesias: 01/2006

*

.
.

"Poesia traz vertigens. Ora cruel, ora leve, ela é desnuda."

.
.

31.1.06

Livre

não te quero óbvio comum previsível sempre a mesma fala sempre a mesmice de sempre te quero como tu és livre errante errado atento atroz instigante intimo inconformado viajante tentativas várias inquietações constantes nenhuma certeza nenhuma dúvida só a procura nada a esconder nem nada a declarar nada a conter riso fácil lágrima também paixão e calma som e silêncio o essencial o detalhe quero o teu olhar e os teus olhos fechados a tua tensão e a tua entrega o sentir e o provocar te quero caminhando fluxo fluente fluido concreto abstrato múltiplo único íntegro inteiro te quero com fome vontade de mim pedindo colo pedindo calma pedindo abrigo me amparando me confundindo me sacudindo me desejando me abstraindo me sufocando me respirando me transformando me atraindo porque só mexe comigo quem tem este jeito de chegar e de ir partindo

Sinais

troca de palavras
de olhares
intenções
troca de segredos
de amores
tesões
troca de verbetes
e-mails
canções
busco no teu site
artigos, teses
lições
leio em tuas mãos
caminhos, retornos,
tensões
adivinho nas tuas cartas
destinos, rotas,
canções
tatuo em tua pele
carícias, viagens
impressões
quero ser levada
por ventos, por sonhos
paixões

25.1.06

Subversão

Me conta as tuas dúvidas
Me cobra as tuas dívidas
Me fala dos teus medos
Quero os teus segredos
Tuas inconfidências
Tuas coisas obscenas
Me revela a tua senha
Me mostra teus descaminhos
Desnuda teu corpo
Expõe tuas indecências
Me incita pra tua guerra
Me arrepia com teus dedos
Me transporta pro teu mundo
Me conta teus planos
Me faz tua cúmplice
Me subverte
Depois vai embora
Esquece isto tudo
E me deixa quieta