> Roccana Poesias: 06/2010

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"Poesia traz vertigens. Ora cruel, ora leve, ela é desnuda."

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28.6.10

Demora

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nunca fui fácil
mas, também, nem tão difícil
que você não pudesse entender

nunca fui doce
mas, também, nem tão amarga
que você não pudesse provar

só que estas coisas todas
meu gosto, meu jeito, minha loucura
você só poderia saber
se tentasse
mas você demorou demais
e eu não quis esperar

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Teu nome

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ando escrevendo teu nome nas vidraças
no espelho do banheiro
em guardanapos de papel
observo cada letra
teu nome na minha mão
você na minha escrita
acento agudo

teu nome que grita
e eu nem quero ouvir

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Braille

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cada vez que ele me olha
me sinto nua
livro em braille
mesa arrumada para o jantar
cinema mudo
suspiro incontido
banho de chuva
goiabada com queijo
queria tanto teu beijo...

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